- novembro 7, 2024
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Quase 90% dos Mortos pela Polícia em 2023 Eram Negros, Diz Estudo
Mortos pela polícia em 2023 mostram um padrão alarmante de violência racial no Brasil, segundo um estudo recente. Realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, o levantamento revelou que, em nove estados, 87,8% das vítimas eram pessoas negras, o que evidencia a brutalidade sofrida por essas comunidades.
Esse dado coloca em foco o racismo estrutural no país, destacando como pessoas negras têm sido constantemente alvos em ações policiais. Em estados como Bahia e Pernambuco, as taxas ultrapassam 90%, evidenciando uma questão crítica na segurança pública.
O Peso do Racismo na Segurança Pública Brasileira
A letalidade policial tem sido um problema nacional, e o estudo ressalta o quanto isso afeta especialmente a população negra. Além disso, a coordenadora Silvia Ramos destaca que o racismo permeia diversas áreas, mas a segurança pública é onde ele se manifesta de forma mais violenta.
Em estados como a Bahia, que registrou o maior número de mortes por policiais em 2023, esse racismo estrutural parece estar profundamente enraizado, tornando ainda mais urgente a discussão sobre mudanças na abordagem policial.
“A polícia aprende a diferenciar jovens negros de periferia de outros cidadãos, resultando em um perfil de atuação discriminatório e mortal.”
Dados por Estado: Quais Lugares Mais Sofrem com a Letalidade Policial?
O estudo destacou que estados como Bahia, Pará e Pernambuco são os que apresentam os índices mais altos de violência policial. Na Bahia, houve uma escalada nas mortes com 1.702 registros, tornando-se um dos estados mais letais para pessoas negras.
Outros estados, como o Rio de Janeiro e São Paulo, também mostraram números elevados, consolidando a crise de segurança e violência racial no Brasil. Esses dados expõem a disparidade no tratamento das forças de segurança em relação às populações negras.
Perfil das Vítimas: A Juventude é a Mais Afetada
Jovens negros entre 18 e 29 anos são as principais vítimas das ações policiais, com exemplos como o Ceará, onde 69,4% dos mortos nessa faixa etária são negros. Portanto, isso revela como a juventude negra é impactada diretamente pela violência estatal.
A prevalência de mortes entre adolescentes e jovens adultos indica a necessidade de políticas públicas que protejam essa parcela da população e promovam um policiamento menos violento.
“Crianças e adolescentes, em sua maioria negros, também estão entre as vítimas da violência policial, expondo uma realidade trágica e desumana.”
Queda nos Números: Um Alívio ou Apenas uma Ilusão?
Embora estados como Amazonas e Maranhão tenham apresentado uma queda nas taxas de letalidade policial, a realidade por trás desses números é mais complexa. Em alguns locais, as mortes se deslocaram das capitais para o interior, mantendo o padrão de violência.
Essas quedas, no entanto, não necessariamente refletem uma mudança estrutural, mas uma adaptação geográfica, o que indica que a problemática permanece latente e pede atenção.
Esforços Governamentais e a Resposta da Sociedade
Para conter o avanço da letalidade policial, estados como o Pará têm investido em programas de inclusão e em novas tecnologias, como o uso de câmeras corporais. Essa ação busca legitimizar a atuação policial e reduzir os confrontos fatais.
Por outro lado, a sociedade civil e movimentos negros têm ampliado sua voz, chamando atenção para o impacto do racismo estrutural na segurança pública. Contudo, a mudança ainda depende de uma reestruturação mais profunda das políticas de segurança.
Perguntas Frequentes sobre a Letalidade Policial
1. Qual a principal causa das mortes policiais entre negros?
A combinação de racismo estrutural e violência policial são os principais fatores que levam a esse índice alarmante de mortalidade entre pessoas negras.
2. Onde há maior incidência de letalidade policial no Brasil?
A Bahia lidera os números, seguida pelo Rio de Janeiro e Pará, estados onde a ação policial contra negros é notavelmente alta.
3. Existem políticas para reduzir a violência policial?
Sim, alguns estados têm implementado câmeras corporais e programas de inclusão social para reduzir o número de mortes nas abordagens policiais.
Fonte: Agência Brasil