• outubro 2, 2024
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Fazendeiros dominam prefeituras que não aderiram ao programa de desmatamento

Fazendeiros dominam prefeituras que não aderiram ao programa de desmatamento

Fazendeiros controlam a maioria das prefeituras que não participam do programa de combate ao desmatamento na Amazônia. Entre os 22 municípios que ficaram de fora dessa iniciativa, 14 são liderados por prefeitos fazendeiros, dos quais oito criam gado. A presença de fazendeiros nas prefeituras levanta questões sobre o compromisso desses municípios em reduzir o desmatamento.

O programa foi lançado em abril de 2024 pelo Ministério do Meio Ambiente e destina R$ 730 milhões para apoiar o desenvolvimento sustentável e o combate aos incêndios florestais. A proposta foi enviada a 70 municípios que respondem por quase 80% do desmatamento na Amazônia, mas muitos deles não aderiram.

Prefeitos fazendeiros e o desmatamento

Prefeitos fazendeiros dominam a lista de municípios que mais contribuem para o desmatamento. Metade dessas cidades está localizada no Mato Grosso, e o restante é distribuído entre Pará, Amazonas, Roraima e Rondônia. O poder político concentrado nas mãos de fazendeiros pode estar relacionado ao avanço das áreas de pastagem sobre o bioma amazônico.

De acordo com a plataforma Mapbiomas, o desmatamento ocorrido nas últimas décadas tem transformado a Amazônia no bioma com a maior área de pastagens do Brasil. As prefeituras alegam dificuldades técnicas como motivo para não aderirem ao programa, mas essa justificativa é vista com ceticismo por especialistas.

“A maioria das áreas desmatadas vira pasto, ampliando a ocupação agropecuária sobre a floresta amazônica.” — Mapbiomas

A expansão das pastagens na Amazônia

A criação de gado em áreas desmatadas é um dos fatores que contribuem para a devastação. Desde 1985, as pastagens na Amazônia passaram de 13,7 milhões de hectares para 57,7 milhões em 2022, segundo a plataforma Mapbiomas. Esse crescimento acentuado coloca em risco a biodiversidade e o equilíbrio climático da região.

O monitoramento do desmatamento é realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que usa imagens de satélite para acompanhar a devastação. O sistema permite identificar áreas críticas e fornecer dados detalhados sobre o avanço das pastagens.

Por que muitos municípios rejeitaram o programa?

Das 22 prefeituras que não aderiram ao programa, muitas afirmam enfrentar dificuldades com a falta de pessoal técnico qualificado para implementar as ações de combate ao desmatamento. Contudo, o Ministério do Meio Ambiente oferece apoio inicial de R$ 500 mil para equipar as prefeituras e formar equipes.

Além desse valor inicial, o restante dos recursos é liberado conforme os municípios demonstram avanços na proteção ambiental. O objetivo é estruturar escritórios de governança ambiental e fortalecer a cooperação entre o governo federal e os municípios.

“A recusa de adesão ao programa reflete falta de interesse político, além de limitações técnicas.” — Ministério do Meio Ambiente

Os maiores criadores de gado entre os prefeitos

Alguns prefeitos que lideram municípios fora do programa são grandes criadores de gado. Celso Padovani, prefeito de Marcelândia (MT), por exemplo, possui quase 3 mil cabeças de gado. Seu município está entre os que mais contribuem para o desmatamento na Amazônia, com extensas áreas de pastagens.

Outros prefeitos, como Julio da Papelaria (Apiacás, MT) e Milton de Souza Amorim (Colniza, MT), também são fazendeiros com grande influência local. A concentração de poder econômico e político nas mãos de pecuaristas dificulta a adoção de medidas efetivas contra o desmatamento.


FAQ sobre o desmatamento na Amazônia

1. Por que muitos prefeitos não aderiram ao programa?

A maioria alegou falta de pessoal técnico e recursos, apesar de o governo oferecer apoio financeiro inicial.

2. Qual é o impacto da pecuária no desmatamento?

A criação de gado é a principal causa do desmatamento, com áreas desmatadas se transformando em pastagens.

3. Como o monitoramento é feito?

O INPE usa imagens de satélite para monitorar o avanço do desmatamento e identificar áreas críticas.


Fonte: Brasil de Fato

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